Estágio para Idosos: oportunidade ou oportunismo?

Com o aumento da longevidade e início dos debates sobre o etarismo nas empresas e a reinserção de profissionais mais velhos no mercado de trabalho, um fenômeno interessante surgiu em nossas organizações, o estagiário idoso, ou, como no famoso filme americano, o senhor estagiário.

Não sabemos se é um modismo ou se é algo que veio para ficar, mas o fato é que os bancos de dados dos maiores recrutadores de estagiários do Brasil apontam para um crescimento expressivo de profissionais com idade acima de 40 anos atuando como estagiários dentro de empresas e, especialmente na faixa acima de 60 anos, fenômeno anteriormente impensável no Brasil!

Mas será que isso é efetivamente uma coisa positiva?

Debates começam a surgir em torno deste tema, aprofundando as reais intenções dos contratantes. Afinal, para que serve um estágio? Não seria para formar estudantes inexperientes, oferecendo uma oportunidade de aprendizado a alunos que irão iniciar a sua trajetória profissional?

Neste caso, qual o sentido de um profissional com 30, 40 anos de experiência profissional ser contratado, aos 63 ou 65 anos de idade como estagiário em uma empresa?

Muitas empresas parecem estar se aproveitando do fato de agora ser “politicamente correto”  contratar pessoas mais velhas como estagiárias e até aparecerem na mídia de graça por conta disso. Elas não possuem um programa de integração ou de diversidade e acreditam que a simples contratação de estagiários mais velhos (sem registro, diga-se de passagem, já que estagiários não requerem maiores complicações em termos de impostos e contratos relacionados às leis trabalhistas) já são suficientes.

A diversidade etária em uma organização é extremamente salutar, mas ela nem sempre ocorre de maneira tranquila, especialmente em empresas onde isso não faz parte de sua cultura.

 

Todas as pessoas têm direito à oportunidades de trabalho, independente de sua idade,  e o etarismo deve ser combatido nas organizações. Porém, se não houver um projeto bem estruturado, o risco de não dar certo é muito grande!

Artigo publicado em Novembro/2016 no Blog MaturiJobs